Mensagem misógina em redes sociais no Brasil

O Brasil é visto e reconhecido como um lugar pacífico, com um povo tolerante, porém essa realidade muda no âmbito digital. Com a crescente propagação das redes sociais e banalização da violência contra a mulher na sociedade, tem possibilitado a veiculação de conteúdos que oportunizam ainda mais o fortalecimento do machismo e da misoginia nas redes sociais.

A intolerância nas redes sociais, prevalece das desigualdades e preconceitos sociais em geral, o ambiente em rede facilita que cada um solte seus demônios, ao dar a sensação de um suposto anonimato.

Utilizam esse importante meio de comunicação para deturpá-lo e destilar ódio, incentivando o preconceito e a discriminação sexista. O ato misógino em redes sociais pode ser caracterizado pela agressão com palavras, textos, vídeos ou imagens que ofenda o gênero feminino.


[…] na vida moderna a deterioração tanto da relação quanto dos valores humanos é nítida. Cresce continuamente a solidão nas grandes cidades, tornando-se motivo de sofrimento para muita gente. De outro lado, os grandes valores eternos da humanidade: a beleza, a verdade, o amor […], estão sendo eliminados, oprimidos pela tecnologia e frieza de uma certa ciência fundamentada num cartesianismo já quase obsoleto. (DIMITRIUS, MAZZARELLA, 2000)

As mulheres ao promoverem discussões nas redes sociais, publicando sobre acontecimentos, e por simplesmente exteriorizar suas convicções ideológicas, sofrem graves desrespeitos, injúrias e até mesmo ameaças de morte. Diariamente é possível apurar esses tristes casos, baseado em relatos de mulheres militantes do feminismo, que compartilham experiências vividas através das redes sociais (SILVA, 2017).

Lola Aronovich, blogueira, argentina naturalizada Brasileira é um grande exemplo do sofrimento feminino, detém o maior caso de repercussão brasileira de misoginia em redes sociais, ao expor sua visão feministas no blog denominado “Escreva Lola Escreva”, tornou-se um grande alvo dos grupos machistas. Lola recebeu incontáveis ameaças, de morte, de estupro e de atentados contra sua vida e da sua família. Em resposta ao terror dramático que vivia, registrou diversos boletins de ocorrência, repercutindo nacionalmente, chegando adquirir uma lei com seu nome sancionada pelo presidente em abril, 13.642/18 (CORTÊZ, 2018).

 

  1. CORTÊZ, Natacha. Lola, a maior delatora de misoginia da internet, tem até lei com seu nome, 2018. Disponível em: <http://www.justicadesaia.com.br/lola-a-maior-delatora-de-misoginia-da-internet-tem-ate-lei-com-seu-nome/> Acesso em: 19 nov. 2018.
  2. DIMITRIUS, J. E. & MAZZARELLA, M. Decifrar Pessoas. São Paulo, Alegro, 17ª ed., 2000.
  3. SILVA, Pâmela Ferreira. Feminismo nas redes sociais: análise das hostilidades sofridas pelas feministas dolores aronovich e madge porto. Revista Tropos, ISSN: 2358-212X, volume 6, número 1, 2017.
Mensagem misógina em redes sociais no Brasil

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